domingo, 2 de dezembro de 2012

Relato do 4º Dia da Expedição São Chico x Aparecida


Relato Expedição São Chico x Aparecida

4º Dia - 17 de novembro de 2012

Início: Bertioga-SP
Fim: Paraibúna-SP

Distância total: 174 Km

Tempo total: 15:20:54

Tombo: 1 Samuel

Trajeto: Pedal de Bertioga até Paraíbuna via BR 101 RIO-SANTOS passando por Boracéia, Maresias, São Sebastião e Caraguatatuba.

Acordamos às 06:00 pois queríamos sair cedo pois na pousada não havia café.
Em 5 minutos encontramos um local onde tomamos café, debatemos sobre a alteração do trajeto e fizemos cálculos.


Minha idéia era seguir até Ubatuba, de onde no dia seguinte, subiríamos a serra até Aparecida, porém com o relevo recheado de serrinhas para percorrer, não daria tempo de chegar com luz natural e para mim era muito perigoso pedalar no escuro em uma estrada sem acostamento com muitas elevações.
Quando escrevo que é cheio de sobe e desce, acreditem, é cheio mesmo.

Na rodovia BR 101 também conhecida por RIO-SANTOS, encontramos vários ciclistas treinando, alnguns solo, outros em duplas ou ainda em grupo, como os “velhinhos da Riviera, que encontramos trocando pneu na beira da estrada” e paramos para troca de informações.

Num longo trecho plano chegamos até a localidade de Guaratuba onde há um morrinho que engana, pois é curto, mas alto. Vencido este obstáculo, mais a frente começaram as elevações que seriam constantes até chegarmos em Caraguatatuba.

Logo que descemos o morrinho da Petrobras como é chamado, os Velhinhos da Riviera nos passaram e como pudemos ver, pedalam muito bem, pois logo se distanciaram.

Passamos pela Barra do Una e surgiu em nossa frente a linda serra do Juquehy,de onde dos  seus 160 metros de altitude é possível avistar as belas ilhas das Couves e da Baleia. 


Pausa para fotografia e li Jaraguá do Sul-SC na placa de um carro estacionado, perguntei se era só o carro ou eles realmente eram da cidade. O Luiz respondeu que morava sim em Jaraguá e que percorria o litoral sem destino certo.

Pegamos o contato e é hora da descida, uma vertiginosa descida, onde facilmente passamos dos 75 Km/h.
Lia as placas de indicação na estrada e dava aquela vontade de entrar mesmo que seja para dar uma espiada, mas não havia tempo para isso e então fomos deixando para trás as praias da Barra do Sahy, Preta, da Baleia, Camburi e Camburizinho, e Boiçucanga.



Chegamos a tão aguardada serra de Boiçucanga que faz divisa com a praia de Maresias e em 30 minutos subi os 3 km e cheguei ao topo dos 315 metros, cerca de 5 minutos depois chegou o Sálvio e mais 10 minutos, empurrando seu caminhão de mudanças, chegou o Samuel.



Fizemos uma breve pausa e nos preparamos para descer durante 4 km. Filmadora ligada, testamos os freios e iniciamos o zigue zague serra abaixo.
Rápido, mas muito rápido chegamos em Maresias, mareados de fome e encontramos um restaurante onde comemos um bom PF e descansamos um pouco.


Na tv era noticiado o atentado em um ônibus em São Chico. Pensei em pedir pra Cíntia pegar os guris, nossas coisas e rumar pra Maresias, onde poderíamos morar. Acho que o sol estava afetando meus pensamentos.
Mais informações sobre o trajeto e rumo a estrada para Caraguatatuba (até pra digitar, este nome é complicado).
Queria acreditar que depois do almoço o pedal seria mais leve, mas era só ilusão, pois em menos de 1 quilômetro pedalando, começou o sobe desce de novo.






E assim fomos deixando pra trás belas praias como Paúba, Santiago, Toque Toque Pequeno, Calhetas, Brava do Guaecá, Guaecá e Barequeçaba. Passamos pela bela cachoeira de Toque Toque, mas não a tocamos.

Em cada subida era possível ver os recortes do litoral norte de São Paulo e a imensa Ilha Bela, que assim como outros locais, ficou para ser visitada na próxima expedição (talvez nem tão próxima assim).
Chegamos a São Sebastião e para mim era como se estivesse chegando em casa, pois há centro histórico, terminal da Petrobras, Praia da Enseada e até São Francisco. Só posso estar delirando.



Combinamos de parar para tomar um café e logo chegaram Nadine e Amanda, as esposas com o apoio emocional, logístico e financeiro.
Deixamos elas pra trás e seguimos até Caraguatatuba onde chegamos depois de uma meia dúzia de sobe desce, onde dormiríamos naquela noite, para na manhã seguinte concluir a expedição com 165 km que faltavam até Aparecida.




Eis que a discórdia instarou-se sobre o trio e acabava ali a harmonia. Para realizar a prova de fé, o Sálvio insistiu que deveria subir a serra pela Rodovia dos Tamoyos ainda no final daquela tarde e como já passavam das 18:00, seria impossível transpor os quase 60 km até Paraibúna e os 820 metros de elevação sem que chegasse a noite. Teimoso como mula, nem sequer  ponderou sobre os riscos de pedalar a noite em uma rodovia sem acostamentos, sozinho. Já pensando em desistir e voltar daquele ponto de ônibus, o Samuel me convenceu a continuar, depois de ver o Sálvio sair desembestado estrada a fora. Numa corrida contra o tempo encontramos o Sálvio próximo da saída para a Rodovia dos Tamoyos onde o Samuel lhe emprestou seu super farol e ele seguiu serra acima.
Apesar de muito chateado com aquilo, concordei em continuar e entendi que para o Sálvio era muito mais uma questão de fé do que uma aventura. Sendo assim colocamos as bikes no carro e estava dada por encerrada para nós a etapa do dia.
Às 20:40 partimos de Caraguatatuba rumo a Paraibúna e faltando cerca de 12 km encontramos o Sálvio com frio e cansado, mas pedalando. Agasalhado, foi seguido por nós até chegar na pequena cidade localizada as margens da rodovia.
Na chegada ao hotel o Samuel encontrou um amigo e quis registrar o encontro. O hotel era no centro, e após descarregarmos as coisas, partimos para a janta em um bar movimentado, passava das 23:00 do sábado.

Retornamos ao hotel desta vez todos juntos e cada um para seu quarto era a tão chegada a hora do descanso.

Combinado o horário do despertar para às 06:30, Boa noite. Eles com suas esposas e eu com saudades.

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